Second Life passa actividades para adultos para um continente à parte (em 23.04.2009 - 16h51 PÚBLICO)

15-05-2009 13:09

Artigo Original aqui

"O Second Life vai passar a ter toda a actividade de “conteúdo adulto”, até agora acessível com permissividade total e dispersa por todo o universo virtual, confinada a um continente à parte, que actuará como uma espécie de “bairro vermelho”.

Os utilizadores do Second Life socializam entre si através de figuras animadas chamadas avatares. Dentro do universo virtual, esses avatares envolvem-se em todo o tipo de actividades, à semelhança das actividades humanas, incluindo a prática de sexo, concentrações racistas e até mesmo a prática de tortura.

Precisamente porque este tipo de actividades andava, até agora, a par e passo com actividades mais corriqueiras num mesmo espaço virtual, a empresa que criou o Second Life, a Linden Labs, decidiu dividir os seus conteúdos mais sensíveis em três categorias: Adult, Mature e PG. O acesso à primeira destas categorias passa a necessitar de reforço da prova de idade mínima de 18 anos para que os internautas possam aceder, ainda que o Second Life já exija essa condição aos seus utilizadores iniciais.

A Linden Labs já prometeu que irá divulgar mais informação acerca do acesso a conteúdos para adultos nos próximos meses. Para já sabe-se que os frequentadores do Second Life que detenham propriedades privadas, poderão continuar a encetar actividades para “adultos” dentro do perímetro das mesmas (ainda que tenham que advertir a restante comunidade), mas todos aqueles que não possuam propriedade privada e que pratiquem essas actividades serão convidados a mudarem-nas para o novo continente. Estas mudanças terão força de lei a partir de Junho.

Esta iniciativa por parte da empresa que idealizou o Second Life parece ancorar-se na necessidade de criar nichos e, de alguma forma, de “limpar” o ambiente virtual. Seria uma espécie de compromisso entre os interesses mais institucionais de empresas presentes no mundo virtual e o espírito de liberdade e de individualidade reclamado pelos utilizadores.

“À medida que crescemos, é crucial que consigamos manter a diversidade do conteúdo gerado pelos utilizadores, mas ao mesmo tempo criar mecanismos de controlo que permitam uma mais abrangente variedade de usos”, explicou o director-executivo da Linden Labs, Mark Kingdon.

Estima-se que o número de “utilizadores activos” do Second Life tenha crescido 25 por cento desde Setembro e o número de pessoas que frequentam este universo virtual atingiu já, no ano passado, o impressionante número de 15 milhões desde que foi criado, em 2003.

Mais de um milhão de dólares (verdadeiros, e não virtuais) em transacções ocorrem diariamente no Second Life, um “país” que tem por moeda o Dólar Linden (que se compra com dinheiro real). Durante o ano de 2008, os utilizadores gastaram 360 milhões de dólares no Second Life, segundo a Linden Labs, que tem acrescentado cada vez mais funções a este universo paralelo, incluindo a possibilidade de os internautas poderem falar directamente com os outros “avatares”, em vez de teclarem as suas mensagens. Universidades, indústria cultural e mesmo governos e empresas, que passaram a usar a ferramenta como plataforma de marketing, não ficaram alheias ao fenómeno."

 

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